CIRCUITOS EM PAPEL CRIAÇÃO LIVRE Verso do Card: Como ...
February 28, 2018 | Author: Anonymous | Category: N/A
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situações, é justamente a limitação de materiais que pode gerar invenções. ○ Selecione previamente livros diversos de ap...
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CIRCUITOS EM PAPEL CRIAÇÃO LIVRE Resumo Os Circuitos em Papel são atividades de expressão pessoal por meio da qual desenhos, pinturas ou colagens são iluminados por mini LEDs. Utilizando materiais de baixo custo, os circuitos promovem a experimentação “mão na massa” de conteúdos curriculares dos campos das Artes, Ciências e Tecnologia. A partir da pergunta “O que faz o seu olho brilhar? ”, os estudantes são envolvidos em uma prática lúdica e investigativa, onde se engajam na criação de algo significativo. De acordo com o contexto e as intenções do educador, os circuitos podem ser propostos de diferentes formas, como o “passo a passo”, a “pesquisa”, a “criação livre” e o “estúdio”.
Verso do Card: Como fazer? PLANEJE Em primeiro lugar, o educador precisa refletir a respeito de suas intenções e propósitos pedagógicos para decidir de que forma irá propor e conduzir a atividade. Na atividade de Circuitos em Papel, a modalidade “criação livre” é pertinente quando o educador tem como intenção propiciar que os estudantes usem os materiais disponibilizados para inventarem de forma não direcionada. A expectativa não é a aprendizagem específica de conteúdos e habilidades, mas cultivar o hábito e a atitude da criação, dar chance para a criatividade se desdobrar e oportunizar o engajamento dos estudantes em explorações pessoais ou coletivas com as mãos na massa. Esse tipo de vivência pode ou não gerar projetos mais extensos voltados para a construção de algo individual ou coletivo. “Quando permitimos que as crianças façam experimentações, corram riscos e brinquem com suas próprias ideias, damos autorização para que confiem em si mesmas. Elas passam a se enxergar como estudantes que têm boas ideias e que podem transformar suas ideias em realidade” (Invent to Learn, p.36) Nesta modalidade, o que está que está em foco é principalmente proporcionar momentos de experimentação sem objetivos pré-‐definidos. Em inglês isso costuma ser chamado de tinkering: “Tinkering é o que acontece quando você experimenta fazer algo que não conhece e nem domina bem, impulsionado pelo desejo, pela imaginação e pela curiosidade. Quando você experimenta livremente, não há instruções a seguir, mas também não há fracasso, não há jeito certo ou errado de se fazer as
coisas. Trata-‐se de descobrir como as coisas funcionam, desconstruí-‐las e reconstruí-‐las. (...) Tinkering é, na essência”um processo que une brincadeira e investigação.” (Invent to Learn, p. 38) Por tudo isso, a modalidade criação livre é bastante propícia quando o educador tem como objetivo oferecer aos estudantes um espaço de tempo em que não precisem se preocupar com nada além do que estão vivenciado com as mãos na massa, ou seja, um momento de atenção plena, um momento de fruição (flow) e de concentração desvinculado de metas pragmáticas, permitindo que descubram seus próprios interesses, explorem e desfrutem suas habilidades. Esta modalidade também é pertinente quando o educador tem como objetivo sensibilizar os estudantes para as conexões interessantes e inusitadas que podem haver entre práticas de Artes e Ciências. Orientações: ●
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Planeje a atividade considerando o tempo necessário para que aconteça um ritmo favorável à criação, com um momento de aquecimento, um bom tempo para a experimentacão livre e uma interrupção não abrupta do processo quando for hora de encerrar a atividade. Uma leitura ou até uma música podem ser usadas como um disparador, o que não é algo obrigatório, mas que pode servir para construir um certo ritual que catalisa a postura e a atitude criativa. Separe com antecedência todo o material necessário, se possível organizando kits individuais. Lembre que mini LEDs, material condutivo (fita de cobre ou papel alumínio com uma fita dupla face no verso) e baterias de 3 volts não são materiais corriqueiros nos almoxarifados das escolas, por isso, talvez seja preciso solicitar a compra ou conseguir este material reaproveitando elementos disponíveis na instituição. Faça uma “curadoria” de outros materiais e instrumentos “low tech” (convencionais) que propiciam construções mão na massa e que podem incrementar as criações dos estudantes, como: papéis diversos, caixas, fitas adesivas coloridas, tesouras, canetinhas, barbantes coloridos, palitos de madeira, canudos , rolhas, botões etc. É importante dosar a quantidade e a qualidade dos materiais disponibilizados para instigar a criatividade, sem excessos. Em algumas situações, é justamente a limitação de materiais que pode gerar invenções Selecione previamente livros diversos de apoio sobre eletricidade, fontes de energia, circuitos elétricos e temas afins que podem ficar à disposição dos estudantes ao longo da experimentação e até mesmo depois da atividade.
IMPLEMENTE ●
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Antes do início da atividade de experimentação livre, apresente os materiais “diferentes” do dia (LEDs, baterias e fita condutiva) e proponha que a criação tenha como tema inspirador “algo que faz o seu olho brilhar”. Ler algo breve para o grupo ou colocar uma música pode marcar o início da atividade. Uma música também pode marcar o começo do encerramento, dando chance para que cada
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participante saiba que o tempo está terminando e possa se organizar para interromper ou finalizar a criação. Percorra a sala enquanto todos estiverem criando com as mãos na massa, para que seja possível ajudar a resolver as dificuldades e dúvidas de cada um. Organize o ambiente em mesas coletivas ou rodas no chão, estimulando que os estudantes possam observar as invenções e soluções dos colegas e ao mesmo tempo aprendam a respeitar o espaço de cada um. Disponibilize os materiais por categorias em uma grande mesa ou em prateleiras acessíveis para que os estudantes possam visualizar a oferta e possam escolher o que usar com autonomia. Faça poucas perguntas ao longo desta atividade, respeitando a necessidade de concentração dos estudantes. Observe e escute bastante, mas intervenha menos, somente quando for solicitado. Prepare um canto com uma atividade opcional (leitura ou jogo, por exemplo) para acolher estudantes que não estejam confortáveis com a atividade de criação livre, o que é legítimo. A criação livre requer a construção de um certo hábito, não é o tipo de atividade para ser proposta de forma avulsa ou muito ocasional. E mesmo dentre estudantes que estejam habituados com a experimentação livre, pode acontecer de não estarem dispostos para colocar as mãos na massa em certo dias. Garanta um momento para o compartilhamento das produções, para que os estudantes possam tanto falar sobre “aquilo que faz o seu olho brilhar”, quanto sobre as aprendizagens que aconteceram ao longo da criação. Esse momento pode ser logo após a finalização dos trabalhos, ou no encontro seguinte.
AVALIE ●
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Em uma atividade de criação livre, a avaliação pertinente não se foca naquilo que foi criado, mas no processo que foi vivenciado. Concentração e perseverança, por exemplo, são atitudes valorizadas nesta modalidade. A criatividade pode ou não ser uma consequência do processo. Na hora do compartilhamento das criações, o educador poderá recolher informações sobre o entendimento que os estudantes tiveram a respeito das possibilidades e dos limites de aplicação dos materiais que exploraram. Neste compartilhamento, além de convidar os estudantes a relatarem o que aprenderam e apresentarem o que criaram, vale também perguntar sobre o que sentiram no processo. Ouvir os estudantes a respeito de ideias para projetos que possam dar continuidade às suas criações é importante para que o educador possa planejar as atividades seguintes de experimentação mão na massa, fazendo escolhas, por exemplo, a respeito dos materiais que serão disponibilizados e a refletir sobre de que maneira poderá apoiar os estudantes quanto aos conhecimentos e às habilidades necessários para que possam desenvolver suas invenções. Em atividades de experimentação mão na massa, costuma-‐se avaliar também o engajamento de cada estudante no fazer. A intenção não é atribuir nota ao engajamento, mas ponderar sobre a motivação manifestada e também os impedimentos vivenciados por cada um, para que
próximas atividades possam ser planejadas de acordo com o estilo e necessidades dos estudantes e do grupo. INSTITUCIONALIZE ●
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Promova tempo no cotidiano escolar e brechas no currículo para a experimentação mão na massa. Por exemplo, o professor de cada área pode contemplar em sua disciplina ao menos um trabalho mão na massa a cada trimestre, o qual tenha a mesma importância que as tarefas escritas e apresentações orais. Pode haver um horário fixo na grade curricular para projetos mão na massa que integrem diferentes áreas do conhecimento. Pode haver um recreio toda semana em que seja organizada uma estação de criação com materiais diversos. Podem ser criados clubinhos mão na massa que usem a estrutura da escola para abarcar o interesse de diferentes estudantes, contando com a tutoria de um ou mais professor ou funcionário da escola. Organize espaços permanentes no ambientes escolar dedicados à experimentação mão na massa que sejam abertos e convidativos aos diversos estudantes, e que, se possível, permitam a interação entre diferentes personagens (como estudantes de diferentes salas e séries, estudantes e professores, estudantes e outros funcionários da escola). Tal espaço pode ser tanto um “cantinho”para criações com materiais diversos na própria sala de aula (análogo ao cantinho de leitura), um espaço exclusivamente dedicado a criações (análogo a um ateliê de artes ou a um laboratório de ciências) ou mesmo algo como uma estação (ou mesa) disposta na área do pátio para estimular criações na hora do recreio e outros momentos livres. Incentive o compartilhamento das criações dos estudantes, valorizando assim a importância de seus projetos. Esta atitude pode estimular toda a comunidade escolar a colocar as mãos na massa para aprender fazendo, o que pode até resultar na invenção de soluções inesperadas para problemas e necessidades pessoais ou coletivas
Dica de quem faz (#ficaadica): -‐
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Estar preparado para ouvir os estudantes com uma escuta sensível e empatia: quando disparamos uma pergunta a respeito do que é especial e significativo para cada estudante, é preciso que estejamos disponíveis para ouvir o que eles tem a dizer, respeitando a diversidade de suas manifestações, até mesmo quando optarem por não compartilhar algo sobre si. Poder acolher a frustração de estudantes que fiquem insatisfeitos com suas produções, o que é corriqueiro em atividades mão na massa que sejam um tanto pontuais. Uma estratégia, quando possível, é abrir a possibilidade para que os estudantes experimentem novamente a mesma proposta em outros momentos, já que ganhando mais familiaridade com os materiais podem elaborar e reelaborar outras produções, conquistando outras aprendizagens e outros resultados.
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Ter disponíveis materiais de reserva, pois mini LEDS, baterias e fitas condutivas podem estragar e não funcionar na hora da atividade.
Compartilhe: -‐ -‐ -‐ -‐
expor as produções em mural da sala, do andar ou da escola propor o envio de cartões iluminados com leds para familiares dos estudantes publicar a prática no blog ou jornalzinho da escola ou da comunidade, destacando as descobertas dos estudantes fazer oficinas com a mesma proposta em eventos da escola abertos para a comunidade
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