Grupo Sá 50 anos de sucesso
May 2, 2016 | Author: Luana de Andrade Penha | Category: N/A
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edição especial
Grupo Sá 50 anos de sucesso
Da Pérola ao Shopping
Jorge Sá verifica a torra do café
No dia de Reis de 1956 abria um estabelecimento que iria coroar, 50 anos de pois, um império da distribuição madeirense. Tudo graças a homem, Jorge Sá.
M
uito certamente, quando no dia seis de Janeiro de 1956, o jovem Jorge Sá, então com 22 anos de idade, abriu no nº. 71 da rua Dr Fernão Ornelas, no Funchal, um estabelecimento de venda de café e de mercearia seca chamada “Pérola dos Cafés” onde trabalhava um único colaborador, Al
donio Fernandes Bragante, justamen te homenageado no jantar do 50º aniversário do grupo, estaria longe de pensar na longevidade desse ne gócio que ainda existe! e na di mensão que a sua empresa alcança ria 50 anos mais tarde. E se hoje a estrutura do grupo se mantêm fami liar, com a segunda geração a assu
** 50 anos de sucesso no comércio 06 de Janeiro de 1956 Jorge Sá abre, aos 22 anos de idade, a primeira loja, a Pérola dos Cafés, no n.º 71 da rua Dr. Fernão Or nelas, no Funchal. 1957 Abertura de outra loja, a Pretinha dos Cafés, também na rua Dr. Fernão Ornelas, a rua mais comercial do Funchal. 19591970 Investimento na torrefacção de cafés, com a criação da Torrefacção Insular e aquisição de quase todas as torrefacções de café a laborar na Região Autónoma da Madeira. 1974 Aquisição da Lojinha dos Cafés, na rua da Praia, Funchal. 1974 Aquisição da Ouriversaria Camões 1978 Constituição da sociedade J. Sá & Filhos, Lda., sendo só
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mir um papel fundamental na gestão, o fundador continua muito activo e mantém a sagacidade que a longa experiência acumulada na actividade comercial apurou. A história do grupo Sá espelha, pois, o percurso profissional do co mendador Jorge Sá que, na casa dos vinte anos se dedicou de corpo e al
cios a família Jorge Sá, esposa e os filhos menores. 1981 Jorge Sá recebe a Comenda de Mérito Industrial, co mo reconhecimento do seu trabalho desenvolvido na RAM, comenda atribuída pela presidente da República, General Ra malho Eanes. 1985 É inaugurado o primeiro supermercado do grupo Sá, na rua do Seminário, no Funchal. Trata–se do Super Sá I 1988 Abre o segundo supermercado da rede, o Super Sá II, na Av. Luís de Camões. Constitui–se a sociedade Jorge Sá, Lda., com um capital social de 120 mil contos, , sendo sócios Jorge Sá e a sua família. 1990 É adquirida a Ourivesaria Paraíso. 1992 Aberturas do terceiro supermercado da rede, em
A Pérola dos Cafés (à esq.), o início do grupo e o Super Sá I (em cima), o primeiro supermercado, em 1985
ma a um sector que sempre o apaixo nou: os cafés. A ideia de se estabele cer por conta própria motivouo des de sempre, tendo começado a traba lhar num armazém de mercearias on de o principal produto era o café. Jorge Sá nasceu a 1 de Fevereiro de 1933, numa família humilde e já
com oito irmãos. O pai trabalhava como pedreiro na construção civil e a mãe era dona de casa. Estudou até completar, aos 17 anos, o Curso Complementar de Comércio, na Esco la Industrial e Comercial do Funchal. A 2 de Janeiro de 1951 começou a trabalhar como empregado no escri tório–sede da empresa Manuel Isido ro Gomes & Ca., empresa especiali
zada em cafés, que viria a adquirir, anos depois. Após seis meses foi–lhe atribuída a tarefa de fazer lotes de café, o que despertou, no jovem, aquela que viria a ser uma grande paixão da sua vida profissional. Dedicado, trabalhador e com grande vontade pessoal, Jorge Sá sempre manifestou o seu carácter em preendedor, pelo que, o passo natu ral foi estabelecer–se por conta pró pria, o que aconteceu em 1956. En tretanto, em 1959 contraiu matrimó nio com Maria Helena Lopes da Silva Sá, do qual nasceram três filhos, Ci
Câmara de Lobos e do primeiro minimercado, o Mini Sá I,
1994 Aquisição de uma pastelaria/café funchalense, designada
no tradicional Mercado dos Lavradores, no Funchal. Aquisi
“Severa”, loja mãe da actual cadeia de cafetarias (13 lojas ).
ção da sociedade Oliveira Freitas & Ferreira, Lda, empresa
Abertura do segundo minimercado Mini Sá, localizado na trav. dos
detentora da insígnia Império das Louças, loja de ménage.
Capuchinhos, em Sta. Clara, Funchal
1994 Abertura do quatro supermercado da rede Super Sá,
1995 Aquisição da sociedade Henrique A. Rodrigues & C.ª, Lda.,
no Caniço, arredores do Funchal.
empresa que detém a insígnia Bazar do Povo, fundada em 1883 e
1994 Aumento do capital social da Jorge Sá, Lda. para 300 mil
um ex–libris do comércio tradicional madeirense. Compra do ar
contos.
mazém em São João (Funchal), importante investimento logístico,
1994 Constituição da sociedade industrial Tomacafé, S.A.,
que é hoje o actual centro de distribuição do grupo.
com o capital social de cinco milhões de escudos, sendo só
1996 Aberturas da maior grande superfície da Madeira, o hiper
cios a família Sá, com o objectivo de efectuar uma concentra
mercado Hiper Sá em São Martinho (Funchal) e do terceiro Mini Sá,
ção industrial, numas instalações localizadas no Parque In
no Centro Comercial Infante.
dustrial da Cancela (Caniço).
1997 Aumento do capital social da empresa Jorge Sá para um
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priano, Rui e Vítor, actualmente todos empenhados no grupo familiar. O comércio tradicional e a apos ta em três produtos cruciais arroz, bacalhau e café, o que viria a ser o ‘famoso’ ABC foram a chave do su cesso de Jorge Sá, servindo de funda mento ao imparável crescimento. O patriarca do grupo continua a ter, ainda hoje, uma carinhosa estima pe la sua segunda loja, a “Pretinha dos Cafés”, que considera ter sido a mãe de toda a organização. Era uma an tiga loja de loiça (Casa Bôto) que ad quiriu e onde instalou o seu negócio.
O nome foi escolhido pelo facto de muitos dos cafés serem oriundos de países africanos e a sua grande pu blicidade inicial, em grande parte, devida a uma funcionária, uma moça de cor, Cecília da Conceição Afonso, de Cabo Verde, que despertou a maior curiosidade e abrilhantou a abertura na loja. Em 1959, Jorge Sá lançou–se com uma torrefacção própria, a Tor refacção Insular mas, devido às difi culdades surgidas, passou a importar o produto directamente das suas ori gens. A partir daqui, novas apostas
se seguiram, até à abertura do pri meiro supermercado, em 1985, na Rua do Seminário, o Super Sá 1. Se guiram–se outros empreendimentos, demonstrando um saudável cresci mento da organização. Imaginação, dedicação e trabalho são os pontos fundamentais da estratégia do grupo Sá, hoje com diversas actividades e que vão desde a distribuição à hote laria, passando pela indústria, o imo biliário e a formação profissional. Com efeito, o grupo tem apostado forte na pluralidade de sectores de actuação e dá emprego a cerca de 1.300 colaboradores. No momento em que assinala o seu 50.º aniversário, mais do que olhar para o passado com nostalgia e orgulho, o grupo Sá programa o fu turo com estratégias de crescimento. E se o ano promete ser forte em co memorações (foi criado um logotipo próprio, será editado um livro come morativo, vão existir acções de loja, nomeadamente em termos de marca própria), um dos grandes passos será a entrada no continente, com a aber tura da primeira loja Sá em Lisboa no renovado espaço comercial da praça de touros do Campo Pequeno.
milhão de contos e abertura do quinto supermercado da rede
2002 Abertura do espaço comercial que inclui o Hiper Sá
Super Sá, no Estreito de Câmara de Lobos.
da Ribeira Brava, a Severa e a Boutique da Flor. Alteração
1998 Constituição de duas sociedades imobiliárias, a Tra
do pacto social da Jorge Sá, Lda. para Jorge Sá, S.A. Aber
vessa da Malta Imobiliária, S.A. e a Moapel Imobiliária, S.A.
tura da loja Expresso, na Nazaré. A Jorge Sá é distinguida
Abertura do quarto Mini Sá, no Sítio do Garajau..
como a maior empresa madeirense no âmbito das “100
1999 Abertura do quinto Mini Sá, no Sítio das Figueirinhas.
Maiores Empresas” organizado pelo DN da Madeira. Aber
2000 Abertura da cafetaria Severa no Marina Shopping.
tura da segunda loja Expresso, no Hospital.
Reabertura do Hiper Sá do Seminário com nova imagem e
2003 Reabertura do hotel Bahia Palace.
maior dimensão (ex–Super Sá 1). Assinatura do contrato
2005 Abertura do Hiper Sá de Sto. António (Funchal)
–promessa para a aquisição dos hotéis Bahia Palace e Monte
2006 Reabertura do MiniSá, agora Super, do Marina
Palace, em São Miguel, Açores.
Shopping.
Março 2001 Abertura do Camacha Shopping, centro co
Maio 2006 Previsão da abertura da loja Sá do Campo Pe
mercial, propriedade do grupo Sá.
queno, em Lisboa, a 1.ª unidade fora da região de origem.
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“Este é um projecto para continuar”
Rui Sá, administrador do Grupo Sá
O grupo Sá está a comemorar 50 anos de existência. Rui Sá, um dos três filhos do fundador, fala do sucesso do grupo madeirense, mas também dos objecti vos que passam, no imediato, pela abertura de uma loja Sá em Lisboa.
R
SM Atingir 50 anos de vida é um marco notável na existên cia de uma empresa e mais ainda no vosso caso, pois alcançaram a dimensão que hoje ostentam sem nunca ter saído da região de origem, nem ter necessitado de associar–se a empresas de maior dimensão, nomea damente, de cariz nacional... Rui Sá Assim é. Essa é uma parti cularidade que define este grupo. De facto, estes 50 anos de existência, ca racterizam–se, por um lado, por ter concentrado a maior parte do investi mento na Madeira, a sua região de nascimento e de referência e por outro, ter conseguido trilhar o seu já longo ca minho de uma forma progressiva mas sempre nos limites da sua intocável in dependência. Repare que alguns gru pos madeirenses de grande dimensão, são de pessoas que estiveram fora e que decidiram, mais tarde, investir na
sua terra. O meu pai e toda a sua equipa sempre aqui esteve, lutou, in vestiu, cresceu e desenvolveu a sua ac tividade, consolidando a posição do grupo na Madeira. E de tal modo que só em 2000 realizámos um primeiro in vestimento fora da região, a aquisição dos hotéis Bahia Palace e Monte Pala ce, em São Miguel, nos Açores. RSM O grupo Sá é hoje uma rea lidade bem diferente de 1956. Em que sectores de actividade actua e quantos colaboradores emprega? Rui Sá Bom, estamos presentes no sector industrial, através da torrefacção de cafés, da panificação e da pastela ria, tudo actividades que são desenvol vidas pela Tomacafé; estamos na distri buição alimentar, através das insígnias Sá Expresso, Mini Sá, Super Sá e Hiper Sá, na distribuição não–alimentar, por via das insígnias Bazar do Povo, Impé
rio das Louças, Domestik e Olho no Pre ço, no comércio mais tradicional atra vés das unidades Pérola dos Cafés, Pre tinha dos Cafés, Lojinha do Café e No va Lojinha do Café, nas ourivesarias Planeta d’Ouro, Paraíso e Camões, no catering fornecimento ao canal Horeca e no food service, através da rede de cafetarias Severa, e na hotelaria, atra vés das duas unidades açorianas. Em termos de colaboradores, so mando já os das duas novas lojas que abrem brevemente, estaremos perto dos 1.500 colaboradores. RSM Um longo caminho desde a “Pérola dos Cafés”... Rui Sá Com efeito. Há, realmente, uma fase, no início do grupo que é for temente influenciada pelo comércio tra dicional nas áreas que o meu pai domi nava, especialmente o ‘famoso’ A–BC, ou seja, arroz, bacalhau e café. Esta
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do muita gente tinha medo de investir, em pleno período revolucionário... mas é em 1985 que surge, efectivamente, o primeiro Super Sá, uma loja que na época foi bastante badalada, acompa nhando então as que eram as tendên cias mais modernas da distribuição.
Hiper Sá da Ribeira Brava
mos a falar num comércio a retalho e por grosso nos moldes dos então cha mados “atacadistas”. O meu pai desen volveu simultaneamente, algumas im portações directas, como o arroz e o bacalhau tendo mesmo, em épocas de crise de abastecimento de bacalhau no continente, como nos anos 70, pós–re volução, sido um dos principais forne cedores de bacalhau do país, que o di gam os funcionários da TAP de então, pois o cheirinho do “fiel amigo” levado por muitos passageiros continentais que não dispensavam ser portadores do di to cujo, invadia o ar dos aviões... Para sintetizar, nos primeiros 30 anos de vida do grupo, houve uma con solidação do mesmo na área da distri
buição, no que era o abastecimento das muitas mercearias existentes na re gião e uma experiência que precedeu a entrada nos formatos mais modernos de distribuição, que foi no nosso caso marcado pela Mercearia Arcada, no Largo da Igrejinha. Aproveitou–se ain da para consolidar investimentos na área imobiliária, o que, de resto, conti nuamos a fazer. Aos poucos o retalho começou a ganhar expressão, com a aquisição de algumas lojas, que trouxeram uma di versificação de actividades. O meu pai sempre apostou em negócios diversifi cados ou complementares, como por exemplo, a aquisição da Ouriversaria Camões em 1974, curiosamente quan
RSM Esta unidade trouxe mudan ças na forma de operar do grupo? Rui Sá Sim, muito! Com a aposta em formas de retalho mais avançadas, com uma equipa de trabalho maior, co meçou–se a criar uma pequena revolu ção interna. Passados três anos, abri mos um novo Super Sá. Lembro que na época tínhamos uma concorrência já apreciável de empresas locais, as quais, curiosamente, ou desaparece ram ou foram absorvidas por grandes grupos nacionais. Em 1992 abrimos o Super de Sá de Câmara de Lobos, uma primeira tenta tiva de sair do Funchal, mas o grande salto, a grande aposta do grupo ocorre em Setembro de 1996, com a abertura do Hiper Sá de São Martinho, o primei ro hipermercado digno desse nome na Madeira com as dimensões máximas permitidas (2.500m2 de área de ven da), 24 caixas de saída, uma galeria comercial. Recordo que nessa altura chamaram–nos “loucos” pelo arrojo da dimensão da loja. Esse foi realmente
** Sá Competições no Campeonato Nacional de Rallies VÍTOR SÁ vai ser um dos principais veículos de comu nicação do grupo Sá a nível nacional. Com efeito, o piloto madeirense, filho do fundador do grupo vai disputar o Campeonato Nacional de Rallies como um dos pilotos da equipa oficial da Renault Portuguesa e o seu Renault Clio S1600 vai ostentar as cores da Sá Competições. Depois da longa ligação como patrocinador oficial da principal equi pa de futebol Marítimo, equipa que disputa a Super Liga, o grupo aposta agora no desporto automóvel e numa equipa campeã. A marca de cafés do grupo Sá, Diamante Negro é, também, um dos ‘sponsors’ da equipa.
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um salto importante, de grande suces so, pois também tivemos de investir em termos logísticos e criamos dois gran des armazéns, um para concentrar as mercadorias não perecíveis e outro pa ra as mercadorias perecíveis, com um entreposto industrial. Aproveitamos para concentrar toda a logística, até então bastante dispersa, com a criação da torrefacção de cafés que continua a ser a única a laborar na Madeira e a partir daí, houve uma reorganização da parte administrativa, da comercial. Por outro lado, fez–se a adesão a uma central de compras e ini cialmente fomos parceiros do Grupo Norte, estando actualmente com a Uniarme. De notar que ainda antes do Hiper Sá, tivemos uma primeira expe riência com o formato mini, os Mini Sá (sete, neste momento). Em 2001 surge outro grande inves timento, o Camacha Shopping, uma primeira experiência em centro comer ciais, um investimento de alguma di mensão, especialmente porque aconte ceu fora do Funchal. No ano seguinte abrimos o hiper da Ribeira Brava, outro investimento de relevo e depois seguiu –se um período de abertura de alguns minimercados, as lojas expresso. Com a entrada em vigor da lei que suspen deu a abertura de novos espaços, esti vemos quase três anos sem efectuar
Bazar do Povo
aberturas. Aproveitámos para remode lar algumas lojas e tivemos a oportuni dade para abrir este ano o novo hiper de Sto. António. RSM Entretanto realizam um in vestimento na indústria hoteleira ao adquirir os hotéis Monte Palace e Bahia Palace, em São Miguel... Rui Sá Aproveitamos uma exce lente oportunidade. Havíamos tentado investir nesse ramo na Madeira, mas os projectos em causa, depois de feitos os respectivos estudos de viabilidade eco nómico–financeira, não davam a devi da rentabilidade e surgiu–nos a possi bilidade de ir para os Açores. Foi um investimento de algum risco mas estáva
mos devidamente aconselhados e apoiados, e como sempre vimos o des tino Açores com grande potencial, e ainda que fosse um projecto fora do nosso core business, arriscámos. Em to do o caso, faço notar que se trata de um investimento complementar, sem in tenção de crescer muito nesse sector e onde esperamos entrar na zona dos lu cros no curto prazo. RSM Referiu–se acima à concor rência do grupo Sá, quando disse que desde cedo a tiveram de enfrentar e que passou a ser, nos últimos anos, de âmbito nacional. Porém, o grupo Sá, mantém–se regional, firme e lidera. O que vos diferencia?
** Grupo Sá (uma vez mais) nas 100 maiores UMA VEZ MAIS, o grupo Jorge Sá foi galardoado com um dos troféus das “Cem Maiores Empresas” da Madeira, numa iniciativa do Diário de No tícias da Madeira, do Banif e da empresa Previsão. Nesta edição, o grupo Sá foi premiado como a “Melhor Empresa Madeirense em Volume de Negócios na Área de Comércio”. A cerimónia, que decorreu no hotel Savoy, no Fun chal, contou com discursos do comendador Horácio Roque, presidente do Ba nif e um dos promotores do evento, que recordou aos presentes “não ser pos sível crescimento económico sem empresas eficientes”. Por sua vez, o presi dente do governo Regional, Alberto João Jardim, referiu–se à importância dos empresários e das empresas na economia regional.
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lideramos o merca do desde há alguns anos, com uma quo ta a rondar os 40%. O que nos diferen cia da concorrência entre várias coisas é, por exemplo, o facto de conhecermos bem o terreno, apos tarmos na diversifi cação dos nossos formatos, termos um bom compromisso entre a uma oferta diversificada e o preço e apostarmos muito na qualidade do nosso serviço.
Torrefacção Tomacafé
Rui Sá Bem, o que podemos dizer é que passamos, especialmente a partir dos anos 90, de uma concorrência de âmbito local para uma concorrência de âmbito nacional com a chegada à Ma deira de operadores nacionais de en vergadura. Isso foi um factor bastante importante para nós, pois obrigou–nos a melhorar a nossa competitividade. Felizmente demos uma boa resposta e
RSM Nessa medida, a chegada de competidores talvez mais fortes foi para vocês um estímulo, um desafio? Rui Sá Sem dúvida! Foi um desa fio com um risco bastante elevado, mas nós cerramos fileiras e conseguimos criar uma organização competitiva pa ra ultrapassar esse dado difícil mas, por outro lado, aliciante. RSM Como aconteceu com outros grupos regionais, nunca vos foi pro
** Insígnias e empresas do Grupo Sá DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR > O Grupo Sá tem uma rede de retalho ali mentar constituída por cinco hipermercados, cinco supermercados e seis mini lojas e lojas expresso. Tratam–se de superfícies modernas, todas renovadas e que perfazem um total de 12.500 m2 de área de venda. Em breve a rede vai aumentar com a unidade a abrir no Campo Pequeno, em Lisboa e duas unida des na Madeira. COMÉRCIO TRADICIONAL > Pérola dos Cafés, Pretinha do Café, Lojinha do Café e Nova Lojinha do Café. Foi aqui que tudo começou. As quatro lojas animam as ruas do centro do Funchal e são um ex–libris do grupo e da região. OLHO NO PREÇO > Trata–se de uma rede de seis lojas não–alimentares multipreço onde se podem encontrar produtos com preços reduzidos.
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posto venderem o vosso negócio?? Rui Sá Digamos que existiram vá rias hipóteses, até de compra de outros grupos locais. Houve, claramente, uma estratégia no sentido de ganhar maior posição na região. Nos últimos anos assistiu–se a tentativas de entrada de novos operadores. Bateram–nos à por ta algumas grandes organizações, que sempre viram com bons olhos a entra da na Madeira e viam melhor essa pos sibilidade com a aquisição do nosso grupo. Mas nós nunca estivemos inte ressados em negociar. Este é um projecto para ter continui dade por muitos anos. Acreditamos no futuro do grupo, gostamos muito da marca Sá... RSM Tanto mais que deram um passo no sentido de entrar no conti nente com o novo supermercado a abrir no renovado espaço comercial do Campo Pequeno, em Lisboa... Rui Sá Aquilo que queremos que seja o grupo Sá do século XXI passa, necessariamente, por estender a in fluência a zonas da Madeira que ainda não estão cobertas e para as quais já temos projectos para duas novas lojas médias (1.000m2 de superfície de ven das). Simultaneamente, temos o com promisso de abrir, no princípio de
BAZAR DO POVO > Remonta a 1883 e, provavelmente, é a mais antiga loja de comércio da ilha da Madeira. Depois de qua tro gerações nas mãos da mesma família, foi adquirida pelo grupo Sá, nos anos 90. Inspirada nos “grand magazins” do século XIX, a oferta está organizada por departamentos: retrosaria, têxtil–lar pa pelaria, livraria, discoteca, perfumaria e artigos para o lar, etc. SEVERA > Rede de cafetarias, neste momento com 13 unida des. A oferta de cada uma é adequada à zona onde está localiza da e assim podem encontrar–se as variantes Take Away, Pizzaria, Boutique de Pão, Gelataria. OURIVERSARIAS CAMÕES e PARAÍSO > Negócio complemen tar do grupo que surgiu de uma oportunidade que o comendador Jorge Sá não enjeitou na década de 70.
Maio, um supermercado na zona co mercial do Campo Pequeno, em Lisboa. Sabemos que é um passo de gigante, mas a organização que está por trás do empreendimento do Campo Pequeno apostou em nós e nós também sempre tivemos o desejo de dar esse passo. Tra ta–se de um espaço com 1.400 m2 de área líquida de venda, e a diferencia ção vai passar por introduzir um con ceito que dominamos bem, um conceito de qualidade. A estratégia passa, no fundo, por fazer desta unidade um balão de en saio. Se resultar como nós pensamos, qual “Cavalo de Tróia”, projectamos entrar não de uma forma massificada, mas com espaços de qualidade, devi damente enquadrados nos grandes centros urbanos do continente para fa zer face a uma procura que é relevante para a nossa tipologia de oferta. É na tural que, a seu tempo, possamos dar outro salto, como por exemplo para os PALOP, ou para os novos países de Les te, já com conceitos completamente di ferentes... enfim, como costuma dizer se, sonhar é fácil. RSM Em sortido vão apostar? Rui Sá Vamos ter uma oferta pre mium, mas também a nossa marca pró pria, ou seja, um conceito que concilie uma oferta variada de grande sortido e
D. Maria Helena Sá (2.ª desde a dir.) na Ouriversaria Camões
mas de qualidade com, esperamos, o ‘milagre’ do preço justo. Mas vamos também apresentar muita qualidade na própria loja, um espaço muito apetecí vel com bom design, com equipamen tos muito harmoniosos por forma a marcar a diferença. Vamos também dar a oportunidade a que alguns pro dutos da Madeira possam marcar uma presença mais relevante. O facto de es tarmos inseridos num centro localizado numa zona de classe média–alta vai também, esperamos, corresponder à oferta que ali queremos implantar. RSM Qual o volume de negócios previsto para este ano? Rui Sá Em relação à facturação e
CAMACHA SHOPPING > O primeiro centro comercial do gru po ocupa uma área coberta de cerca de 16.000 m2. A loja–ânco ra principal é o Hiper Sá e dispõe de uma variedade de lojas e de serviços, bem como de animação e de praça alimentar. Entre as ou tras âncoras contam–se o Cine Camacha (duas salas com capaci dade para 160 lugares cada), o Bis–Bis Parque, uma zona de re creio para os mais novos, a loja Domestik, especializada em elec trodomésticos e brindes para o lar e a ouriversaria Planeta d’Ouro. APOIO LOGÍSTICO > O crescimento do grupo obrigou à aqui sição de dois armazéns de aprovisionamento, um em São João (com 6000m2) e outro na zona Parque Industrial da Cancela (mais de 10.000m2). TORREFACÇÃO TOMACAFÉ > Parte importante da logística do
já incluíndo a concretização da venda da Quinta da Nogueira, um projecto imobiliário do grupo, rondará no final deste ano, os 150 milhões de euros. RSM Desse montante, o que des tinam a investimentos? Rui Sá Na loja do Campo Peque no vamos investir mais de 2,5 milhões de euros e nas três lojas que vamos abrir este ano na Madeira, deveremos investir 5 milhões de euros. Note que te mos cada vez mais gente qualificada, estamos num grande processo de reor ganização interna, queremos ser ainda mais competitivos, com preços cada vez mais aliciantes, pelo que o caminho a seguir será de investimento contínuo.
grupo localiza–se no Parque Industrial da Cancela. Dir–se–ia uma espécie de ‘4 em 1’, pois além do entreposto de frio, existe a a panificação e pastelaria, a torrefacção de cafés e o embalamento de produtos como o arroz. A marca de café Diamante Negro, distribuida pelo grupo é aqui produzida. HOTEL BAHIA PALACE > Localizado em zona de grande beleza, na ilha de S. Miguel, Açores, o Bahia Palace pode proporcionar umas férias de sonho. Trata–se de um investimento que o grupo pretende rentabilizar a médio prazo. RAMFORMA > O Grupo Sá está atento à qualificação dos seus recursos humanos pelo que aposta na formação, através de uma escola própria. A ofer ta engloba o desenvolvimento de competências profissionais e relacionais, a uti lização de novas tecnologias e o desenvolvimento de recursos humanos em di versas áreas. Além dos colaboradores do grupo, a Ramforma está também aberta ao mercado em geral.
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Comendador Jorge Sá discursa durante o Jantar de Gala do 50.º aniversário do grupo
Trajecto reconhecido O percurso do grupo Sá como gerador de riqueza na Madeira, foi justamente valorizado e elogiado durante o jantar de gala que juntou centenas de convi dados no Pestana Casino Park.
O
grupo Sá assinalou o seu 50.º aniversário com um jantar de gala que juntou colaboradores, fornecedores e indivi dualidades regionais e nacionais, en tre as quais o comendador Rui Na beiro e Augusto Mateus, ex–ministro da Economia, que proferiu uma opor tuna palestra. O evento, que decorreu a 27 de janeiro último no hotel Pesta na Casino Park, foi também a oca sião para celebrar o Encontro de For necedores, reunião que o grupo ma deirense promove todos os anos e que vai na sua 49.ª edição. Em des taque esteve também a marca pró pria Sá, um pontos fortes no ano do cinquentenário da empresa.
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Jorge Sá, fundador do grupo, co meçou por agradecer a presença de todos no habitual convívio com os for necedores, ainda que desta vez a ocasião tenha ganho maior brilhan tismo com os festejos das bodas de ouro da empresa. Tomando a palavra, Jorge Sá afirmou que, se atingir 50 anos de de actividade poderia parecer um objec tivo distante considerou que, por es tranho que pudesse parecer, não o era, no seu caso. “Parece que o dia 6 de janeiro de 1956 foi ontem, na me dida em que recordo bem os termos que acertei o negócio da primeira lo ja, a “Pérola dos Cafés”, no n.º 71 da Fernão Ornelas. Apesar do meio sé
culo volvido, mantenho–me de espíri to jovem e com a mesma disponibili dade para enfrentar os riscos que diariamente os comerciantes tem de enfrentar. O meu lema tem sido enca rar as dificuldades como oportunida des e essa estratégia tem resultado”, disse o fundador do grupo. Jorge Sá disse ainda que uma ac tividade empresarial não se ensina, nem se copia aprende–se ressal vando que nem sempre os negócios são iguais pelo que “há que adaptá –los e a eles adaptarmo–nos”, afir mou. O fundador do grupo Sá salien tou o facto de ter começado no co mércio com um único colaborador Aldonio Fernandes Bragante que, a
Alberto João Jardim elogiou o comendador Jorge Sá
propósito estava presente e para o qual o comendador pediu uma justa salva de palmas. No momento em que o grupo es tá prestes a atingir o milhar e meio de colaboradores directos, Jorge Sá dis se: “humildente posso afirmar que co laborei na ‘obra’ do desenvolvimento da região. E ainda que estejamos s festejar as bodas de ouro, o grupo não está velho, nem acomodado. Os meus sucessores estão, podem ter a certeza preparados para continuar a obra que, em grande parte com a ajuda deles e da minha mulher, edifi quei”, afirmou.
esquecer amizades, nem lealdades, por tudo isso, muito obrigado, senhor comendador Jorge Sá”, disse o presidente do Governo Regional da Madeira. Au gusto Mateus foi o orador seguinte, tendo proferido, a convite do grupo Sá, uma palestra sobre os contributos da distribuição para o crescimento económico e que disse estar, no fun do, de acordo com o trabalho desen volvido pelo grupo Sá na região. O
Augusto Mateus proferiu uma palestra interessante
ex–ministro da Economia começou por afirmar que o mundo tem muda do de forma muito acelerada e que, no ano findo, as economias mais for tes haviam crescido 5%, embora em Portugal parecesse que o mundo es tagnara, pois a economia nacional não cresceu.
É preciso iniciativa O segundo falar foi Alberto João Jardim que disse ser o comendador Jorge Sá um exemplo de trabalho, de persistência, de trabalho para a co munidade e por isso agradeceu o es forço de quem disse ser admirador. “Liderou contra grupos poderosos, abasteceu a região e outras partes do país quando não havia arroz, nem bacalhau, fez, faz e continuará a fa zer em prol da nossa terra e, na sua forma de ser nunca houve lugar para
Jantar de Gala do grupo reuniu centenas de convidados
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O brinde da família: D. Maria Helena Sá, Jorge Cipriano Sá, Rui Sá, Vítor Sá (os filhos) e o comendador Jorge Sá
O facto de existirem mais demo cracias no mundo contribuiu, de acordo com Augusto Mateus, para o tal crescimento acelerado mas, sa lientou, “nos próximos 20, 30 anos, as economias que vão crescer mais depressa são as dos países emergen tes ou desenvolvimento, casos da Chi na, da Índia, da Rússia e do Brasil”, afirmou para acrescentar que a Euro pa já não está no centro do mundo. “O desenvolvimento do mundo está hoje no Pacífico, na América mais desenvolvida, na Ásia mais desenvol vida pelo que, como se vê, o euro não se tornou muito relevante”, asse verou Augusto Mateus segundo o qual, a economia mundial é tacita mente gerida pelo dólar e pelo yuan chinês. Para este especialista, a compe tência e a iniciativa são os melhores recursos de um país como Portugal. “O outro recurso é criar riqueza. Não pode ser de outra forma. Não se po de negar à China a industrialização, nem a elevação do nível de vida à Ín dia, nem a África”, disse. Para contornar este cenário há
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Revista Super Market
que apostar na diferenciação, afir mou Augusto Mateus, de acordo com o qual, há necessidades a ser satisfei tos, tendo em conta que a economia mudou. Assim, preço, serviço, quali dade e eficiência são conceitos nos quais os profissionais do sector de vem ter em linha de conta, sendo ne
cessário “passar valor para os consu midores”. Em parte, disse este espe cialista, “a crise da economia portu guesa é a deficiente percepção desta realidade. Em Portugal não tem falta dinheiro, mas sim de falta de iniciati va, de atrevimento, de iniciativa sus tentada”, afirmou, alertando que “os países que deixam projectos a meio, não têm futuro”, aludindo a um dos defeitos nacionais. Em relação à actividade do co mércio, Augusto Mateus disse que o paradigma passa, hoje, por gerir a fidelização: “1/3 dos clientes é res ponsável por 2/3 das vendas, logo a relação com os clientes é tudo, é fun damental!”, afirmou em conclusão. Seguiu–se a entrega de troféus comemorativos do 50.º do grupo Sá a muitos dos fornecedores e indivi dualidades presentes e a cerimónia foi abrilhantada com um “Parabéns a você” cantado pela sala enquanto o bolo comemorativo entrava em ‘cena’ e finalizou com espectáculo do imitador Fernando Pereira.
D. Maria Helena Sá, comendador Jorge Sá, as netas e os filhos Vítor e Rui Sá cortam o bolo comemorativo
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