O ENFERMEIRO FRENTE À REALIDADE DO CRACK *

April 28, 2017 | Author: Luiz Gustavo Victorio de Escobar Borba | Category: N/A
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Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636

O ENFERMEIRO FRENTE À REALIDADE DO CRACK * The Nurse to Reality of Crack Front

Carmen Lucia ZUZE ** Giselli Busatto E. SILVA ***

RESUMO Este estudo versa sobre o profissional frente à realidade do crack, abordando enfermeiros que atuam diretamente em instituições de assistência ao dependente químico. Por ser considerada uma doença, a dependência química é reconhecida como um dos maiores problemas sociais já enfrentados. Objetiva caracterizar as estratégias de atuação do enfermeiro (a) frente ao dependente químico de crack num município da Região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul no ano de 2010. Pesquisa do tipo qualitativo, descritivo, realizada após a aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões registrado sob o nº. 0009-4/PPH/10, atendendo a resolução 196/96. Participaram do estudo cinco (05) enfermeiras. A pesquisa evidenciou que os profissionais entrevistados estão alinhados à proposta de ofertar um trabalho mais humanizado, em concordância aos primeiros passos para o acolhimento da reabilitação dos dependentes químicos preconizada pelo Ministério da Saúde. Palavras-chaves: Cocaína; Crack; Capacitação Profissional; Enfermeiro.

ABSTRACT This study deals with the professional reality of the crack front, addressing nurses who work directly in institutional care addict. Being considered a disease, chemical dependency is a recognized as a major social problems already faced. Aims to characterize the strategies of the nurse (a) front of the crack depends on chemical a town in the northwest region of Rio Grande do Sul in 2010. The research was qualitative, descriptive, performed after approval by the Ethics Committee of the Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões registered under no. 00094/PPH/10, given the resolution 196/96. The study included five (05) nurses. The research showed that the respondents are aligned to the proposal of offering a more humanized.in accordance to the first steps to accommodate the rehabilitation of drug addicts according to Ministry of Health *

Artigo aprovado no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus Santo Ângelo, Departamento de Ciências da Saúde, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro em 2010. ** Enfermeira da Fundação de Atendimento Sócio Educativo do RS-FASE. Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho pela Universidade do vale do Itajaí- UNIVALI. Orientadora da pesquisa. E-mail: [email protected] *** Enfermeira do Hospital Comunitário Sarandi- Sarandi/RS. Graduada pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI – Campus Santo Ângelo em 2010. E-mail: [email protected]

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Key words: Cocaine; Crack; Professional; Nurse

INTRODUÇÃO O crack surgiu na década 80, sendo vendida como “pedra”. É obtida através da merla, uma variação da pasta da coca, também considerada uma droga ilícita. Provoca alterações metabólicas como o aumento da temperatura corporal, pode levar o usuário a um acidente vascular cerebral, causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração de músculos do corpo, conhecido como rabdomiólise.Tal degenaração é responsável pela aparência característica dos dependentes de crack, como prostração e semblante anoréxico (LINS ET ALL, 2010). É uma droga barata de efeito rápido e uma única vez usada pode fazer com que o ser humano tenha uma alta propensão à dependência. Sendo assim, droga é toda e qualquer substancia introduzida no organismo humano modificando sua homeostasia (PORTAL EDUCAÇAO, 2010). As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais. São substâncias que produzem mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional das pessoas. Para Sanchez e Nappo (2002), as alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, da droga escolhida, da quantidade, frequência, expectativas e circunstâncias em que é consumida. Após algum tempo consumindo esta droga, o dependente começa a utilizá-la para fugir da síndrome da abstinência, que possui sintomas intensos, consequentemente causando ansiedade, depressão e outros fatores comuns em dependentes de drogas estimulantes, tornando-o assim dependente químico (SANCHEZ e NAPPO, 2002). Os motivos que levam a procura do crack são considerados os mais variados possíveis, desde uma simples curiosidade até como um instrumento de satisfação pessoal. A falta de autoconfiança é apontada como maior índice entre solteiros, desempregados e sem vinculo formal de trabalho (SANCHEZ e NAPPO, 2002). Desta forma, a assistência prestada pelos profissionais de saúde em relação aos cuidados e orientações ao pacientes e familiares dos dependentes de crack ainda são insuficientes e estão em construção. Essa doença requer ação medicamentosa, terapias cognitivas e comportamentais, inclusão social do dependente e envolvimento familiar, e o constante acompanhamento multidisciplinar. O Ministério da Saúde preconiza que o tratamento para os dependentes químicos não se focalize em centro de clinicas como única forma de eficaz tratamento, e idealiza que o tratamento seja de forma mais aberta mantendo o individuo na sua integração social (ABEAD, 2010). Pelo fato da dependência ter tantas dimensões e denegrir tantos aspectos da vida de um indivíduo, o tratamento ideal para essa doença nunca é simples. Deve ter por principio ajudar o indivíduo a parar de usar drogas e a manter um estilo de vida saudável, livre de drogas enquanto tenta retomar um bom relacionamento em família, no trabalho e em sociedade. Um programa de tratamento eficaz geralmente tem vários componentes, cada um direcionado para aspectos particulares da doença e suas consequências (MANUAL DE RECAIDA, 1994). A busca pelo tratamento de um dependente de crack acaba se desenvolvendo tardiamente, quando a doença crônica encontra-se instalada, associada muitas vezes por co-morbidades, dificultando assim a reabilitação do individuo. Leite (2001) afirma que “nenhum tratamento serve de modelo eficaz para todos os pacientes, por isso o processo necessita ser continuo, ou seja, acompanhamento multidisciplinar por toda a vida”. São comuns as pessoas próximas ao dependente químico ficarem “abaladas” pela descoberta do vício. Essa realidade é vivenciada pelo dependente de crack. A situação torna a relação Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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extremamente dolorosa, transformando os sentimentos de medo, raiva, culpa e insegurança em fracasso, vergonha e preconceito fazendo com que muitas vezes ocorra o processo de negação a este sujeito. Com o atendimento adequado a dependente químico e co-dependente, “pessoas vinculadas ao sujeito, participação ativa no processo de tratamento faz com que o acompanhamento seja continuo e possa validar a reabilitação de forma positiva” (BRAHA, 2008). Desta forma, o profissional de enfermagem destaca-se pela grande contribuição em ajudar esses jovens na reabilitação contra dependência química, através da implantação de programas de ações preventivas e curativas oferecendo acompanhamento e aliviando sintomas de abstinências. Estas questões ampliam o entendimento de promoção de saúde, que para Gelbcke e Padilha (2004) destacam-se 03 estratégias para serem efetivas, a saber: a) defesa da causa, em tela, a saúde; b) a capacitação dos profissionais de saúde e outros (lideranças comunitárias e conselheiros de saúdes) e c) a mediação para implementar as medidas governamentais e comunitárias decorrentes dos campos de aço. […] a enfermagem pode utilizar-se dos seguintes instrumentos: a informação, a educação e comunicação interpessoal e a comunicação de massa através de diversas mídias (GELBCKE e PADILHA, 2004). Para o Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, segundo a Lei 7.498/86 do exercício profissional da enfermagem, em relação às ações privativas do enfermeiro, dispõe e responsabiliza o profissional a “prestar assistência, executar tratamento complexo, encaminhando-a a centros especializados sempre que necessário, manter contato com outros profissionais que também prestam atendimento, e fundamentalmente orientar o paciente e família” (COFEN, 1986). A enfermagem com sua cientificidade em suas diversas especializações pode ser um dos profissionais habilitados para trabalhar com o paciente toxicômano, podendo utilizar todos os esforços possíveis e necessários, visando possibilitá-lo uma vida sadia, feliz e duradoura.

OBJETIVO GERAL Caracterizar as estratégias de atuação do enfermeiro (a) frente ao dependente químico de crack num município da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul no ano de 2010.

PERCURSO METODOLÓGICO Esta pesquisa é do tipo qualitativo, descritivo, realizada num município da região noroeste do RS, nos meses de maio e junho de 2010 (MINAYO, 1999). O estudo iniciou após a aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões registrado sob o nº. 0009-4/PPH/10, atendendo a resolução 196/96 nas pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). O convite para participar do estudo foi realizado no momento do mapeamento das instituições que trabalham com dependentes químicos, sendo agendada a data e horário. Os sujeitos desta pesquisa foram 05 enfermeiras que trabalham exclusivamente com dependentes químicos no município da região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul no ano de 2010. Como critério de exclusão adotou-se: não ser profissional enfermeiro; não ter vínculo empregatício com a Instituição mapeada e/ou não aceitar participar do estudo. Foi utilizada, para coleta de dados, entrevistas semi-estruturadas, com roteiro específico, constituído de dados de identificação e cinco questões, com uso de gravador e a devida permissão das entrevistadas. A entrevista pode ser definida como um conjunto de técnicas de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição o conteúdo as mensagens, Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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indicadores (quantitativos ou não) que permitiram a interferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas mensagens (LEOPARDI, 2001). A análise dos dados ocorreu mediante análise das falas, que pode ser determinada como um conjunto de técnicas de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição o conteúdo as mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a interferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção dessas mensagens (LEOPARDI, 2001).

CENÁRIO DOS LOCAIS PESQUISADOS: O mapeamento das instituições foi a partir de informações fornecidas pela 12ª Coordenadoria Regional de Saúde do RS (CRS) e Secretaria Municipal de Saúde do município pesquisado. Definiu-se 06 instituições que trabalham com dependente de crack, sendo 02 ONGs (Organizações Não Governamentais), 01 Instituição Hospitalar, 01 Instituição Municipal e 01 Instituição Estadual. No entanto, uma das instituições teve que ser excluída por questões éticas devido ao profissional ser um dos autores da pesquisa. a. Comunidade Terapêutica: uma ONG que atua na cidade de Santo Ângelo desde 1998, em concordância com as exigências da RDC (Resolução Diretoria Colegiada) 101-01 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2010). A comunidade terapêutica tem convenio com o SUS (Sistema Único de Saúde), Prefeituras e Particular. Tem como programa terapêutico abordagem nas áreas espiritual, física, emocional e educacional, englobando atividades que visam suprir as necessidades indispensáveis no processo de recuperação e reinserção social. Atualmente a instituição tem capacidade de abrigar 60 residentes do sexo masculino em regime integral, estabelecendo um programa de tratamento de 03, 06 e 09 meses. A equipe técnica de trabalho é composta por: 04 Psicólogos, 01 Assistente Social, 01 Psicopedagogo, 01 Médico Psiquiatra, 01 Enfermeira. b. CEDEDICA- Centro de defesa dos direitos da criança e do adolescente: é uma ONG, criada em 1994, com finalidade de executar as Medidas Socioeducativas em Meio Aberto para adolescentes em conflito com a lei, abrangendo os municípios: Santo Ângelo, Entre- Ijuís, Eugênio de Castro, São Miguel das Missões e Vitoria das Missões. A equipe técnica é composta por: 01 Enfermeira, 01 Assistente Social, 01 Psicopedagoga. Executa as medidas de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC), de Liberdade Assistida (LA) e semiliberdade (CEDEDICA, 2010). As Medidas Socioeducativas, são sanções impostas ao adolescente infrator que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA, que podem ser de: “advertência; obrigação de reparar dano; prestação de serviço à comunidade; liberdade assistida; inserção em regime de semiliberdade; internação em estabelecimento educacional. Ainda podem ser acompanhadas de medidas de proteção consistente em: encaminhamento para os responsáveis; mediante termo de responsabilidade; orientação; apoio e acompanhamento temporários; matricula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental; inclusão em programa comunitário ou oficial de auxilio a família, à criança e ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico” (CEDEDICA, 2010). Esses adolescentes terão que cumprir tarefas que serão atribuídas conforme suas aptidões, devendo ser cumpridas durante percurso máximo de 08 horas semanais, aos sábados, domingos e

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feriados ou em dias úteis, não prejudicando a frequência escolar ou de trabalho, durante um período não excedente há 06 meses. c. 12ª Coordenadoria Regional de Saúde do RS (CRS): Tem entre suas funções: Informar, analisar, discutir os preceitos políticos, legais institucionais e administrativos do Sistema Único de Saúde, bem como, as atribuições dos governos Federal, Estaduais e Municipais. Alem disso, discutir e elaborar estratégias que potencializem o desempenho dos Conselhos de Saúde em suas atribuições. E tem como objetivo realizar encaminhamento, análise e o monitoramento dos atendimentos dentro da rede de Saúde Mental Regional, através dos relatórios trimestrais. A 12º Coordenadoria de Saúde abrange 25 municípios sendo representados por: Porto Xavier, Salvador das Missões, Bossoroca, Cerro Largo, 16 de Novembro, Vitória das Missões, Santo Ângelo, São Luís Gonzaga, Roque Gonzales, São Miguel das Missões, Entre Ijuís, São Borja, Caibaté, Eugênio de Castro, Garruchos, Guarani das Missões, Itacurubi, Mato Queimado, Pirapó, Rolador, Salvador das Missões, Santo Antônio das Missões, São Nicolau, São Pedro do Butiá, Sete de Setembro e Ubiretama. O departamento de ações em saúde contempla o setor de Saúde Mental que repassa recursos para os municípios abrangentes. Este departamento é coordenado por uma Enfermeira, com 40 horas semanais, além de contar com 02 funcionários administrativos, para receber os pedidos de vaga em internação hospitalar e em comunidade terapêutica e encaminhá-los com a maior brevidade. O trabalho é localizado no setor de Ações em Saúde e em outros a fins. d. Hospital Geral: É o local destinado ao atendimento de doentes, para ser diagnosticado, podendo ser de vários tipos. “Integrado em alguns hospitais está incluído uma ala psiquiátrica onde serão leitos de curta permanência e apoio psicossocial, e o objetivo é oferecer atenção integral à saúde de dependentes em momentos de gravidade, com o dever de oferecer o acolhimento integral ao cliente em crise articulados à rede de atenção à saúde mental” (PORTAL SAÚDE, 2010). Ainda, “a tendência dessa rede de leitos de saúde mental é que se expanda para substituir a internação em hospitais psiquiátricos do modelo antigo” (PORTAL SAÚDE, 2010). A unidade psiquiátrica deste hospital está composta por 15 leitos, distribuídos em 12 adultos (6 masculinos e 6 femininos), 02 pediátricos e 01 isolamento psiquiátrico. A equipe que atua no setor tem a formação: 02 Enfermeiros (que não tem dedicação exclusiva), 05 técnicos, 05 acompanhantes terapêuticos, com horário de atendimento é 24 horas, financiado com recurso exclusivamente via SUS. e. Instituição Municipal: o CAPS- AD (Centro de Atenção Psicossocial a Usuários de Substâncias Psicoativas- álcool e drogas) é uma unidade de saúde que presta atendimento a pessoas com transtornos decorrentes do uso de substâncias psicoativas, e seus familiares. O CAPS, cuja base normativa - técnica e financeira- para implantação e funcionamento está regulada pelas Portarias Ministeriais 336 e 189, ambas de 2002, é um serviço de saúde mental aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde- SUS (PORTAL SAÚDE, 2010). Fundamenta-se no pressuposto de que o cuidado aos usuários de drogas exige condições que respeitem o indivíduo enquanto pessoa, possibilitando sua inclusão social, profissional e familiar, ampliando as ações em saúde mental na sua intensidade e diversidade. “Tem como objetivos oferecer atendimento/cuidados intermediários em regime ambulatorial [...]” (CAPS, 2010). A clientela, pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas; homens e mulheres a partir de 12 anos de idade; pertencer à área de abrangência e familiares. Conta com o programa de cuidados intensivos e semi-intensivos. As atividades no CAPS- AD são o acolhimento do usuário e seus familiares; atendimento individual e de grupos, orientação, operativo, entre outros, visitas domiciliares; atividades sociais oficinas Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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terapêuticas. A Equipe Técnica está composta por: 01 assistente social, 01 enfermeiro, 04 psicólogos, 01 musico terapeuta, 01 médico psiquiatra e 01 clinico geral. ANALISE E PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS O processo de pesquisa realizado teve algumas etapas bem definidas, que vão da organização do referencial teórico utilizado, a realização das entrevistas e por fim a organização dos discursos orais coletados. A discussão foi dividida em tópicos. Estes subdivididos de acordo com as respostas das entrevistas pré-definidas no projeto. a. Identificando os sujeitos pesquisados: No que tange as características sociodemográficas dos profissionais, a pesquisa revela que todos são do sexo feminino; é uma população jovem, com média de idade de 37,5 anos. O tempo de atuação dos profissionais especificamente com dependente químico é de 06 meses a 06 anos, embora trabalhando há mais tempo na profissão. Nenhuma das entrevistadas possui especialização na aérea de dependência química b. Estratégias de atendimento para o dependente de crack: O enfermeiro que trabalha com dependente químico desenvolve ou conhece um trabalho diferenciado quando o paciente é um dependente de crack. A Dependência Química é considerada uma doença, uma síndrome caracterizada pelo abuso de drogas e o descontrole do uso de determinadas substancia psicoativas, as substancias atuam sobre o sistema nervoso central, estimulando cada vez mais o uso e abuso dessas substancias. Persistindo cada vez mais no uso das drogas (CAPS, 2010). Os resultados apontam que para iniciar o tratamento, propõem ações diferenciadas, pois atuam em locais também diferenciados. O tratamento aborda a psicoterapia e a farmacoterapia. Para Malbergier (2009), “O modelo psicoterápico mais bem fundamentado é o cognitivocomportamental, que prevê abstinência da substância, evitação de situações que induzam ao consumo e treinamento para resistir ao uso em circunstâncias que não possam ser evitadas. […] deve contar com a ajuda e a presença de familiares, evitando lugares que estimulam o consumo das drogas. Por ultima escolha é indicado à internação, caso o uso for muito de drogas seja descontrolado”. Após a conclusão do tratamento a abstinência seguirá o dependente químico por tempo indeterminado. Existem algumas opções de acompanhamento aos dependentes químicos. Os Centros de Atenção psicossocial álcool e drogas ou CAPS-AD, servem como um serviço especializado em cuidar e estimular o tratamento de pessoas com dificuldades com o álcool e as drogas. Tem como forma de trabalho o acompanhamento do paciente sem a necessidade de internação hospitalar. Esta, geralmente é um recurso utilizado para desintoxicação em decorrência de recaídas do tratamento ou mesmo por necessidade física e até psicológica (MALBERGIER, 2009). O tratamento com medicamentos tem auxiliado na manutenção da abstinência de muitos dependentes químicos. No entanto, “Mesmo após o tratamento e a abstinência da substância psicoativa, não se considera o paciente curado. Por muitos anos, talvez indefinidamente, ele irá apresentar maior risco que a população em geral de Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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desenvolver o uso abusivo ou a dependência da substância. […]. A ampliação do conhecimento sobre o mecanismo de ação da dependência química, sobretudo nas formas de atuação sobre o chamado “circuito da recompensa”, deverá possibilitar o desenvolvimento de medicações cada vez mais específicas para o problema. Outra estratégia que já está sendo testada em seres humanos é o desenvolvimento de vacinas, especialmente para cocaína e nicotina” (MALBERIGIER, 2009). Devido à complexidade de cada caso, o enfermeiro poderá ter dificuldade na forma de agir. Diante disso, terá que flexibilizar a utilização de conhecimentos e construir um caminho particularizado, mas estando preparado para sustentar as dificuldades no longo percurso. Reforçase, a importância do tratamento individualizado, onde o profissional deva ter conhecimento ampliado também sobre os tipos de drogas existentes, a saber: “Depressivas – que diminuem a atividade cerebral, dificultando o processamento das mensagens que são enviadas ao cerebro. Exemplos: alcool, barbitúricos, diluentes,catamina, cloreto de etila ou seja laça perfume, ópio, heroina, morfina, e inalantes em geral. Psicodistropticas ou alucinógenarias – classificadas como drogas perturbadoras têm por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau. Exemplos cogumelos, (b v Nbcsupermaconha) maconha, haxixe, LSD,ecstasy. […] Psicotrópticas ou estimulantes – produzem aumento da atividade pulmonar, diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, teobromina (presentes em chocolates), anfetaminas, etc. Todas elas classificadam-se como: Naturais, Semi-sintéticas, Sintéticas” (CEBRID, 2009). Desta forma, a interdisciplinaridade é fundamental para atender as múltiplas vulnerabilidades desses indivíduos, validando a riqueza do conhecimento individual do profissional envolvido, destacando-se como propostas de tratamento: a interdisciplinaridade, a prática complementar dialógica, a escuta, grupo informativos e de medicação, além da utilização da rede de apoio no município. Cada profissional participante desenvolve uma atividade especifica, valendo-se da interdisciplinariedade, a partir de uma abordagem compreensiva e criativa, tanto em grupo ou individualmente como: a escuta, o acolhimento, e o estimulo para a vida, para a autonomia, para cidadania cabem a todos (ROCHA, 2005). O tratamento com os co-dependentes passa a ser uma peça fundamental na reabilitação do dependente químico, sendo que a terapia familiar permite que membros próximos passem ver e a agir em solidariedade às dificuldades impostas pelo tratamento para o dependente químico (PULCHEIRO, BICCA E SILVA, 2002). Os co-dependentes são aqueles que de alguma forma estão ligado na reabilitação do dependente químico, dedicando seu tempo para ajudá-lo e dificilmente percebe que está sendo prejudicado e que também necessita de ajuda, e realizar o tratamento juntamente com o dependente químico (VIANA, 2010). Ressaltando mais duas abordagens utilizadas pelos sujeitos pesquisados, a escuta que busca melhorar os padrões o funcionamento mental podendo ser individual, com a presença de familiares, em grupo, de acordo com a indicação, para fins da diminuição do sofrimento causado por um transtorno mental para o individuo, e os farmacológicos, associando quando necessário aumento no conforto da abstinência, estresse e sensibilidade, pois qualquer substância introduzida no organismo Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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modificando seu andamento natural do corpo humano (MALBERGIER, 2009; ZALESKI, 2006). As várias formas de atuação das entrevistadas demonstram a articulação interdisciplinar, bem como a utilização da rede de apoio existente no Município, sendo fatores positivos e motivo de comemoração nos resultados alcançados, como relata o Enf. 01: “[...] usuário de álcool [...]crack [...] sujo um cheiro muito forte, ele morava numa casa a anos não tinha luz e água...aos poucos ele foi se recuperando...mostrou aqui muitas habilidade com artesanato. Hoje esse paciente foi chamado num concurso [...] ta trabalhando, é concursado[...] e ainda frequenta aqui”. c. Dificuldades encontradas na atuação profissional: Em relação às dificuldades enfrentadas no dia-dia de um profissional enfermeiro para trabalhar com dependentes químicos destaca-se que a enfermagem tem que estar vigilante e desenvolver novas propostas, pois será um desafio cotidiano trabalhar com dependentes químicos e cada “droga” nova que chega. No Brasil, a cada ano essa prevalência vem sendo elevada, sendo considerado um risco grave o uso diário de substâncias psicoativas (SPA). Estudos realizados apontam que cerca de 20% da população já usou ou irão usar substâncias psicoativas no decorrer da vida. Destes, 15% são dependentes químicos e de 10% a 12% usam mais de uma droga associada. A incidência de dependência química é de 2 a 6 vezes maior no gênero masculino pois geralmente é decorrente de uma evolução do álcool para drogas mais pesadas (CEAD, 2009). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE , o tabagismo retém o maior número de dependentes, no Brasil, chegando à marca de 85% a 90% do total de dependentes químicos (IBGE, 2009). O crack teve um crescimento rápido na sua aceitação entre os usuários de drogas brasileiros. Em estatísticas realizadas pelo Denarc (Departamento Estadual de Investigação sobre Narcóticos) em janeiro de 1992, de 41 usuários que procuraram ajuda no departamento, 10% usavam crack e, já nos mês seguinte, em fevereiro desse mesmo ano, dos 147 usuários, 20% tinha aderido ao consumo de Crack. Esses usuários com idade entre 15 e 25 anos de idade provenientes tanto de bairros pobres da periferia como de bairros nobres (PULCHEIRO, BICCA E SILVA, 2002). Esses dados mostram que já no inicio da proliferação do crack, o índice de dependência crescia de forma galopante e com os anos vem atingindo níveis elevados de dependentes em todas as classes sociais tornando-se assim um sério problema de saúde pública em nosso país (GALDURÓZ, 2009). A abstinência, popularmente conhecida como “fissura”, é considerada um período crítico, em se tratando de uma doença crônica, surgindo difíceis etapas a serem superadas. Por isso o tratamento para o dependente de crack e os co-odependentes necessita ser entendido como um processo contínuo. Sendo assim, a “fissura” e a compulsão não são sinais de fracasso no tratamento, mas um evento normal no processo de recuperação, podendo ser diferentes em intensidade e freqüências de pessoa para pessoa, pois é necessário trabalhar seu autocontrole, adquirindo habilidades para lidar com estas situações de risco; modificando o estilo de vida (LEITE, 2001; MANUAL DE RECAÍDA, 1994; RIGOTTO, 2010). A enfermagem busca no tratamento resgatar os laços afetivos do dependente químico, pois o uso abusivo de crack tem incidência cada vez maior na realidade atual, deixando sinais inesquecíveis nos indivíduos, que acabam abandonando o núcleo de convivência com seus familiares, como exemplificado pelo Enf. 5: “[...] muitas histórias me impressiona, mas o vinculo da família, quando não tem nem mais o afeto da mãe que é o mais forte, não que os outros também não sejam forte, mas, é uma coisa terrível, praticamente não sobro nada”. Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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As contribuições no exercício profissional do enfermeiro, aliando novos saberes, podem ser o diferencial para a transformação da vida do dependente químico (SARACENO, 2001). Pois com a popularidade e o avanço das drogas, os profissionais necessitaram construir uma rede de assistência psicossocial, devendo estar localizada em território articulado, para fins de setores sociais, reabilitação psicossocial e a reinserção social dos usuários que apresentem problemas decorrentes da dependência química. A seguir apresentamos as contribuições das Enfermeiras entrevistadas: Segundo Tavares (2005), a interdisciplinaridade vem sendo inserida no tratamento de dependentes químicos, num propósito de atingir novos conhecimentos para a reabilitação e com os resultados que a interdisciplinaridade vem nos mostrando os favorecimentos para nossos clientes, um trabalho em conjunto vai ampliar nossa visão. No intuito de preparar os profissionais, em 2009 foram criadas ações integradas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas- SENAD, Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania- PRONASCI e do Ministério da Justiça, para um único objetivo, coordenar as atividades de prevenção, tratamento e reinserção social de dependentes químicos defendendo melhor acesso aos serviços já disponíveis nos estados com maiores necessidades (ZALESKI, 2006; CEAD, 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS A cada ano, a prevalência do uso abusivo do crack vem tomando proporções maiores, se transformando em um sério problema de saúde pública em nosso país, além da proliferação desmedida de novas drogas como ponto negativo na assistência prestada pelo profissional Enfermeiro. A pesquisa evidenciou que os profissionais entrevistados estavam alinhados à proposta de ofertar um trabalho humanizado, estando em concordância aos primeiros passos para o acolhimento da reabilitação dos dependentes químicos preconizada pelo Ministério da Saúde. Hoje, se percebe que poucos profissionais estão atuando nessa área, dificultando o atendimento. Essa escassez pode ser por déficit de conhecimento sobre o conteúdo da dependência química, pré-conceito frente a algo novo. Destaca-se que falta de qualificação profissional específica pode gerar resultados negativos no tratamento do usuário de drogas, tanto pela falta de assistência adequada como pelo despreparo profissional perante o desafio. Não deixando de esquecer as dificuldades encontradas na falta de ofertas de especializações em dependência química, que pode refletir no atendimento prestado ao usuário.

REFERÊNCIAS ABEAD, Associação Brasileira de Estudo de álcool e outras drogas. Crack deixou o beco e escraviza jovens da classe média. Disponível em: http://www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=4574. Acesso em nov. 2009. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 101-01. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/101_01rdc.htm. Acesso em jun. 2010. BRAHA, Brasileiros humanitários em ação, 2008. Co-dependência: esforço insano, fadado ao insucesso. Disponível em: http://www.braha.xtranet.com.br/pt/drogas-psicoativas/266. Acesso em julho. 2011. BRASIL. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Conselho Nacional de Saúde. Brasília, Vivências. Vol.8, N.14: p.126-136, Maio/2012

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