Sinopse. em uma série de cartas antes de morrer. Quando alguém roubou a mochila de Ginny

May 22, 2018 | Author: Vergílio Igrejas Galindo | Category: N/A
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1 12 2 Sinopse Ginny Blackstone pensou que a maior aventura de sua vida ficou para trás. Ela passou o últi...

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Sinopse Ginny Blackstone pensou que a maior aventura de sua vida ficou para trás. Ela passou o último verão viajando pela Europa, seguindo as tarefas que sua tia Peg dispôs em uma série de cartas antes de morrer. Quando alguém roubou a mochila de Ginny com o pequeno e ultimo envelope azul dentro, ela resignou-se de nunca saber como isso supostamente terminaria.

Meses depois, um garoto misterioso entra em contato com Ginny a partir de Londres, dizendo que ele encontrou a bolsa. Finalmente, Ginny pode terminar o que começou. Mas em vez de terminar sua jornada, a última carta começa uma nova aventura, uma cheia de velhos amigos, novos amores, e experiências de uma vida. Ginny descobre que ela tem de confiar em sua inteligência. . . E em seu coração. Desta vez, não há instruções.

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Prólogo Era àquela hora do dia outra vez. Hora de encarar a pergunta, as duas linhas escritas numa página que de outra forma estaria em branco. Pergunta: Descreva uma experiência de vida que mudou você. Qual foi, e o que você aprendeu? (1.000 palavras) Essa era a redação mais genérica de inscrição, aquela que requeria o mínimo de pesquisa. Ginny havia completado todas as etapas anteriores ― pedindo transcrições, rastejando por cartas de recomendação, duas provas do SAT1, um exame AP2 quatro redações sobre assuntos diversos. Esta redação era última coisa que ela precisava fazer. A cada dia das últimas três semanas ela abria o documento e ficava olhando para a pergunta. Todos os dias, ela começava a digitar a resposta, então apagava o que havia escrito. Ela respirou fundo e começou a digitar.

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O SAT é uma sigla para Scholastic Aptitude Test ou Scholastic Assessment Test) é um exame educacional

padronizado nos Estados Unidos aplicado a estudantes do 2º grau, que serve de critério para admissão nas universidades

norte-americanas (semelhante ao ENEM brasileiro, embora as universidades não se baseiem somente nas notas dos alunos para aprová-los). 2

Advanced Placement ― Teste de nivelamento.

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Minha tia Peg morreu em maio passado. Pelo menos foi quando ficamos sabendo. Ela deixou o país há dois anos, e não sabíamos realmente onde ela estava. Mas então recebemos uma carta de um homem na Inglaterra que nos contou que ela havia morrido de câncer no cérebro. Algumas semanas depois, recebi um pacote que continha treze envelopes azuis... Minha tia Peg morreu em maio passado. Pelo menos foi quando ficamos sabendo. Ela deixou o país há dois anos, e não sabíamos realmente onde ela estava. Mas então recebemos uma carta de um homem na Inglaterra que nos contou que ela havia morrido de câncer no cérebro. Algumas semanas depois, recebi um pacote que continha treze envelopes azuis... Como ela poderia explicar o que acontecera durante o verão? Um dia, treze pequenos envelopes azuis contendo instruções estranhas e muito específicas apareceram, e então Ginny ― que jamais estivera em lugar algum e nunca fizera nada ― de repente estava em um avião para Londres. De lá, ela foi para Paris, Roma, Amsterdã e Edimburgo e Copenhague, e através da Alemanha em um trem e para a Grécia em uma lenta balsa. Ao longo do caminho, ela encontrou uma coleção de virgens de pedra, arrombou um cemitério, perseguiu uma pessoa pela Brick Lane, foi temporariamente adotada por uma estranha família, foi completamente adotada por um grupo de australianos, estreou em um palco cantando Abba em Copenhague, foi retratada por um artista famoso... ... Era um pouco difícil resumir em uma redação padrão de mil palavras. Ela olhou para o calendário que havia feito para si mesma usando papeis adesivos colados na parede próxima à sua escrivaninha. A nota de hoje dizia: Domingo, 12 de dezembro: TERMINAR A REDAÇÃO!!!! NÃO, É SÉRIO, DESTA VEZ, TERMINE A REDAÇÃO!!!!!! E algumas linhas abaixo, a data final para entrega: 5 de Janeiro. Ela arrancou o bilhete da parede e o jogou na lata de lixo. Cale-se, bilhete. Ela não aceitava ordens de nada que tivesse uma linha adesiva.

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Ginny pôs os pés na borda da mesa e inclinou a cadeira para trás. Ela sempre pensara que se candidatar à faculdade seria excitante. Viver longe de casa, conhecer muitas pessoas, aprender coisas novas, tomar algumas decisões equivocadas na vida... Esse pensamento fizera com que suportasse o Ensino Médio. Mas depois do último verão, a faculdade não mais parecia uma aventura tão grande assim. Ela começou distraidamente a percorrer as web sites das faculdades para as quais estava se candidatando. Todos tentavam vender-lhe um futuro da mesma forma que tentariam vender algum tipo de máscara (Cílios mais longos e cheios! Nova fórmula! Foco em cílios anormalmente cheios,

engrossados com alguma coisa) ou um produto para perder peso (Perdi 12 quilos! A imagem de uma mulher rodopiando em um vestido, próxima a uma foto de seu ―eu‖ anterior). Para começar, as fotos eram as mesmas. Aqui havia aquela com um aluno sorridente vagando no caminho arborizado banhado pelo sol. O close de uma pessoa curvada sobre o microscópio, com o sábio professor curvado sobre seu ombro. Havia uma de torcedores, com camisas combinando em um jogo de futebol Americano ou de basquete. Era como se houvesse uma lista de verificação que todas as escolas tinham que seguir. ― Já incluímos ―‖professor apontando para um quadro negro cheio de equações‖‖? Temos ―‖classe sorridente, com alunos envolvidos olhando para o nada‖‖? Pior que isso eram as frases de efeito. Era sempre algo do tipo: ― Nós lhe damos a chave para abrir as portas do sucesso. Ela deixou as pernas caírem da cadeira de volta ao chão e voltou à página em branco e à pergunta.

As cartas chegaram em maio passado... … E foram prontamente roubadas por uns caras em uma praia algumas semanas depois. Ah, sim. Esse era outro problema com esta redação ― o final terrível. Em agosto, ela estava na ilha grega de Corfu, parada na areia branca de uma linda praia. O único envelope que ela deixara para

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ser aberto era o último, e ela deixou para fazer isso assim que nadasse um pouco. Ela estivera em uma balsa por vinte e quatro horas, assando ao sol do deque... E a água aqui era tão, tão bonita. Sua amiga Carrie decidiu nadar nua. Ginny entrou na água morna e clara do mar Egeu vestindo suas roupas. Elas deixaram suas mochilas aos cuidados de seus três amigos, os quais adormeceram enquanto montavam guarda. Lá no alto, sobre as pedras brancas com vista para a água, dois rapazes em uma motoneta pararam e observaram a cena. Ginny estava subindo e descendo nas ondas e observando o oceano encontrar o céu. Ela se lembrou do som dos gritos de Carrie. Lembrou-se de subir em algumas rochas para encontrar Carrie dançando enrolada em uma toalha, nua e chorando, dizendo algo sobre as mochilas terem desaparecido. Ginny ergueu os olhos para ver a motoneta se afastando da cena, de volta ao caminho acidentado que levava à estrada. E foi assim. A carta número treze fora arrancada de sua vida por dois ladrões insignificantes que desejavam sua mochila de baixa qualidade. Lição aprendida? Não vá nadar no mar Egeu deixando o documento mais importante de sua vida em uma mochila na praia. Tome isso, faculdade! Seus olhos se afastaram do texto para a pequena luz vermelha no canto da tela. A luz que simbolizava Keith. Keith era o ator/dramaturgo que ela conheceu quando estava seguindo as instruções de sua terceira carta, aquela na qual ela teria que dar 500 libras para um artista faminto. Ela encontrara a peça de Keith no porão da Faculdade Goldsmith e comprara todos os ingressos para toda a temporada, fazendo com que ele se tornasse a primeira pessoa a lotar o minúsculo teatro estudantil, (mas também acidentalmente assegurando que ninguém mais assistisse á apresentação). Ele era intenso, engraçado, de uma autoconfiança bizarra, bonito... De um jeito estudante-de-artes ― pobre-em-Londres. Mas o mais misterioso de tudo era que ele estava fascinado por ela. Ele a chamava de sua ――louca‖‖.

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Para ser clara ― e ela lembrava a si mesma desse fato diariamente ― Keith não era seu namorado. Eles eram alguma coisa. Era como haviam acertado as coisas, nessas exatas palavras. Seu relacionamento era delicioso e frustrante mente ambíguo, sempre um flerte, nunca definido. Quando Ginny voltou pela primeira vez à América, eles estavam em contato todos os dias. A diferença de horários complicava as coisas, ele estava cinco horas à frente, mas eles sempre conseguiam. Por volta do dia de Ação de Graças, ele entrou em um show ao qual chamou de “panto” assim entre ensaios e sua agenda escolar, seu tempo online diminuiu dramaticamente. Nas últimas semanas, Ginny havia se postado à escrivaninha toda noite, esperando que aquela luzinha mudasse do vermelho para o verde, significando que ele estava online. Eram sete e meia agora, o que significava que era meia noite e meia em Londres. Esta noite provavelmente seria uma daquelas em que ele não estaria online. Ela odiava essas noites. Ela checou seus e-mails. Havia várias mensagens, mas a que chamou sua atenção vinha de alguém chamado [email protected] . Alguém mais da Inglaterra tentava entrar em contato, alguém que ela não conhecia. Ela abriu o e-mail. O que ela encontrou foi uma foto. Um grande quadrado azul que preencheu a tela. Levou um momento para que seu cérebro percebesse que era uma imagem digitalizada de um pedaço de papel azul com uma letra muito familiar. Demorou quase um minuto para que ela aceitasse plenamente o que estava vendo. #13

Querida Ginny, Deixe-me lhe contar sobre o sino da divisão. O sino da divisão lhe dirá muito sobre a Inglaterra. Você gosta de aprender sobre a Inglaterra, não? É claro que gosta.

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Veja no Parlamento, quando há uma votação, os membros gritam ―sim‖ ou ―não‖. O Líder diz ― Acho que o ―sim‖ venceu ― ou ― Acho que o ―não‖ venceu ― dependendo de qual lado grite mais e melhor. Às vezes, no entanto, quando não se pode determinar o lado que venceu, eles têm que usar o que é chamado de voto de pé. E é só isso ― você tem que se levantar e se colocar do lado do sim ou do não para que seja contada. Existe um adorável toque de jardim de infância em tudo isso, não?

Falando em jardim de infância... Às vezes os membros do Parlamento estão em recesso quando essas votações acontecem. Só que, ao invés de estarem no tanque de areia, eles normalmente estão no pub3. Assim, os pubs próximos ao Parlamento são por vezes equipados com um sino da divisão, que toca quando uma votação desse tipo ocorre. Quando ele toca, os membros se apressam para voltar e ficar do lado do sim ou do não. O sino da divisão está tocando para você hoje, Gin. Você fez muito nos doze últimos envelopes, se de fato você concluiu tudo o que eles continham. Por tudo o que sei você leu essas cartas em seu sofá em Nova Jersey. Mas eu confio em você. Acho que você está fazendo exatamente o que sugeri que deveria estar: em uma balsa nas ilhas gregas. Se você realmente quisesse, poderia voltar para casa agora mesmo. Talvez já tenha tido o bastante. Ou…

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Pub, deriva-se do nome formal inglês “public house”. É um estabelecimento licenciado para servir bebidas

alcoólicas, originalmente em países e regiões de influência britânica.

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… Ou poderia voltar. Pelo caminho de onde veio. Para Londres. Você quer continuar? Ding, ding. Sim ou não? Serei honesto com você, a partir de agora, as coisas ficarão um pouco esquisitas. Se estiver pronta para parar, faça-o. Aceite o conselho de alguém que sabe das coisas, se sentir a necessidade de ir para casa, ouça e respeite-a. Pense nisso na praia por um tempo, Gin. Se decidir continuar, você pode ir para a próxima página e... Nesse ponto, a carta parava. Na parte inferior, abaixo da imagem, havia uma mensagem curta:

Desculpe interromper. Você não me conhece, e eu não a conheço. Como pode ver, possuo uma carta (na verdade uma série de cartas) que parecem pertencer a você. Mas como esta última carta contém informações muito importantes, tenho que me certificar de que estou falando com a verdadeira Virginia Blackstone. Se você acha que esta carta lhe pertence, por favor, me avise. Meu nome é Oliver, e moro em Londres. Você pode me encontrar neste endereço. Por um momento, ela não fez nada. Nenhum movimento. Nenhuma palavra. Ela esperou que a informação penetrasse em sua mente. Esta era uma página da última carta. Era uma tarefa incompleta. Este era o universo mais ou menos exigindo que ela retornasse à Inglaterra imediatamente e terminasse o que havia começado. Isto era o destino. Isto era seu cérebro entrando em hiper velocidade. A velha Ginny jamais viajara e não conhecia ninguém em Londres. A velha Ginny pensaria: planeje, tenha calma. Mas a nova Ginny precisava de uma distração, e uma razão para ver seu-quasenão-namorado... E ela conhecia alguém que sabia como fazer coisas improváveis acontecerem.

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Delírios de Londres Ginny tentava processar o que estava vendo. Ela estava flutuando entre o sono e a vigília, então a linha entre sonho e realidade era um pouco incerta. Ela piscou algumas vezes e olhou pela janela outra vez. Não. Isto não era um sonho. Eles estavam mesmo ali. Dois bonecos maciços de neve infláveis, quinze metro de altura ou mais pairando no ar, seus sorrisos maliciosos voltados para a rua abaixo. Grandes monstros brancos de alegria, flutuando como nuvens. Não havia certeza de que eles estavam ali para o bem ou para o mal, se eles estavam subindo ou descendo. Eram tão largos quanto à estrada e bloqueavam o céu. Ela apontou para eles em silêncio. ― Aqueles são os bonecos de neve gigantes da Carnaby Street ― seu tio Richard explicou ― Festivos e perturbadores, do jeitinho que gostamos aqui. Não olhe em seus olhos. Ginny e Richard estavam em um táxi preto fazendo seu lento caminho pelas ruas de Londres. Eles viraram na Regent Street, que parecia uma interminável fila de lojas grandes e pequenas. As calçadas estavam repletas ao máximo de sua capacidade, facilmente acomodando de cinco a dez pessoas lado a lado. Cordões de luzes se derramavam pelas vitrines, cascatas delas, em vermelho, prata e azul. Acima, intrincados padrões de luzes e fios haviam sido enroscados entre cada poste de luz, formando desenhos de notas musicais e trenós. O filme embaçado da exaustão sobre os olhos de Ginny aumentava o brilho.

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